NÚCLEO TEATRAL III SINAL

Sinopse e objetivos

O homem tradicional cede lugar ao homem moderno inserido no universo da técnica, massificado no transcorrer do desenvolvimento industrial. Isolado, desenraizado, esse homem caminha apressadamente no fluxo da multidão. A Imagem do homem- autômato das grandes cidades é a imagem do homem que perdeu os laços com a elaboração e a transmissão da experiência. Por sua vez, o homem pós –moderno, de quem a transmissão de valores foi suprimida, se defronta com novos paradigmas como as toxicomanias, a depressão, as síndromes de todo tipo, as diversas modalidades de estresse, os distúrbios do sono e os transtornos alimentares, entre outros. Hoje, a exigência feita freqüentemente aos indivíduos é de uma “digestão” em altíssima velocidade de todos os estímulos a que eles se submetem e de todas as transformações a que assistem incessantemente. O sujeito pós - moderno está se livrando do contato com a própria subjetividade, perdendo a possibilidade de se relacionar de modo criativo com o mundo e eliminando, assim, a chance de produzir um sentido para sua vida.

Foi esse pensamento que impulsionou a formação do Núcleo Teatral III Sinal, que com suas montagens teatrais tem por objetivo observar e retratar o solo social onde esse homem pós-moderno está inserido, fazendo-o refletir sobre as formas de exclusão advindas de um pensamento egoísta. Suscitar discussão de valores, de novas formas de relações familiares, de novas modalidades de relações afetivas, novos estilos de convivência e sociabilidade, enfim novas posturas diante da ética e da moral, que tornem o humano mais humano e menos máquina.
A montagem de Amanhã é Natal , de Mario Viana, com direção de Jairo Mattos, cujo texto vem de encontro à proposta do Núcleo, inaugura as atividades do mesmo.